sexta-feira, 9 de maio de 2014

Amigo Léo




Quando ele chega em minha porta
E pede minha rubrica e RG,
Espero sempre receber um pacote seu
Com um coração apaixonado
enfeitado com confete e um cartão dizendo:
Ele é seu.
Pelo menos um postal,
com foto de uma igrejinha bem velhinha
de um interior qualquer lá das Gerais.

Então eu lembrei:
Que ninguém mais envia cartas,
o romance acabou.
O carteiro já não trás mais versos, cartinhas de amor.
E não corre do cachorro,
me entrega a fatura do cartão.

E ele não trouxe nada seu,
Nem telegrama, aerograma e nem um oi.
E depois, eu assinei e recebi,
ele se foi e eu entrei.
Abri um envelope pequeno
que não trazia nada de você.
Era uma carta de cobrança me falando
que meu nome estava no SPC.