segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sleeping

Estou dormindo há muito tempo
Sonho com uma realidade irreal
Ninguém teve coragem de me acordar
Será que todos também dormem?
Ou gostam de me ouvir roncar?
Ou de me ver babando?
À s vezes sinto frio, mas alguém me cobre
Só pra eu não acordar
Será que todos também dormem?
Ou simplesmente não querem que eu acorde?
Só sei que durmo há muito tempo
Tenho sonhos e pesadelos
Não sei se sou sonâmbulo
Às vezes converso dormindo, falo demais
Os outros riem de mim
Tenho medo
Medo de que quando eu acordar
Não veja ninguém,
Ou veja todos dormindo.

A Estrada de Tijolos Amarelos

Porque me disseram que não existe Papai Noel?
Que enão existem duendes
Que a Bela Adormecida é uma mentira
O mundo que eu via, que acreditava
Não era real, era tudo mentira
Acabaram com as minhas ilusões
Não posso mais andar na estrada de tijolos amarelos
Derrubaram meus castelos de areia
Apenas os dragões eram verdade
Nada de anões, príncipes ou fadas
Destruíram meu mundo
Agora destruirei o deles
Derrubaram meus castelos de areia
Derrubarei seus edifícios
Desmancharam meu conto de fadas
Me acordaram do meu sonho
E agora...
Não vou deixar ninguém dormir

Pra onde ir?

Quem sou? Pra onde vou?
A noite caiu
Pra onde foi o sol?
Será que posso ir pra onde ele vai?
Já perguntei às paredes, às pedras
Ninguém me respondeu
Não posso continuar sem resposta
Quem sou? Pra onde vou?
O dia nasceu
Pra onde foi a lua?
Será que posso ir pra onde ela vai?
Será que posso seguir as estrelas cadentes?
Até chegar em algum lugar?
Será que existe mesmo o fim do arco-íris?
Será que posso subir até as nuvens?
Procurar um lugar pra mim
Quem sou? Pra quê sou? Como sou?
Quem sou? Pra onde vou?

Meu Fim

A minha mala está feita
E a passagem é só de ida
POsso decidir ficar por lá
Não tenho mais o que me agrade aqui
Não vejo sentido em continuar
Se alguém não me ajudar eu vou
Sei que há um sentido para tudo isso
Mas ninguém me mostrou qual é
Será que vale a pena continuar?
Tenho uma viagem para fazer
Posso estar atrasado
Muitos dizem pra eu ficar
Não sei se devo
Não sei se posso
Muitos dizem pra eu tentar
Não sei se consigo
É muito difícil
Vou ficar, tentar ficar
Mas não vou desfazer a mala

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Encontro

Uma estrada lamacenta
Esse é meu caminho
Numa noite de chuva
Escura e assustadora
Um cavalo preto
E um cavaleiro negro
Com sua capa e chapéu
Me cumprimentam
Para onde vai?
De onde vem?
Vou para o amanhecer
Venho do crepúsculo
O que procura?
Paz, solidão
Deixe-me ir só
E talvez encontrarei
Relâmpago, trovão
Não vi o seu rosto
Passar bem, boa noite

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Abafado

O amor que eu quero
Quem me dará?
O que eu não consigo
Quem fará?
Tudo que guardo em meu peito
Meu amor, meu respeito
A quem darei?
Por quem viverei?
Tudo o que vivo é sonho
O que vejo é ilusão
Não tenho saída
Nem lastro e nem chão
Meu sentimento de amor
Como mostrar?
Meu medo e minha dor
Há como acalmar?
Me envazio e me encho
Até me gastar
O amor que eu quero
Quem me dará?

Chovendo

Chove chuva
Cai a água
Molha tudo
Camisas e calças
Olha a lama
Não pisa na pôça
O carro joga água
Na saia da moça

Minuto

A vida passa tão depressa
Que não sei se terei tempo
De mirar os teus olhos
E ver como são lindos
Parece até que não há amanhã
Que não tenho um minuto mais
Mas seja quanto tempo ainda haja
Quero viver contigo
Mesmo que por um instante
Mesmo que por um minuto

Amor Bebê

Sua carne é doce
Fresca e doce
É branca como a alva lã
Seus cabelos em chamas
Dourados cachos
Reluzem ao sol
Com pezinhos quase redondos
Pequenos e ágeis
Pulam e correm
Claros dentes risonhos
Um deles azulado de uma queda
Seus beijos molhados
Estalinhos de amor
Seu corpinho esguio
Bracinhos que me envolvem
Num inocente abraço
Amor criança, amor nenêm
Mas não pequeno
Amor meu bem.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Solzinho

RAdiante como o sol
Refulgente luz infante
Brilho, feroz brilho
Meu solzinho brilhante

Cometa veloz
Meu pequeno furacão
Meu trovão e minha brisa
Minha filha, Heloísa

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

No fim será...

Meus restos,
Minha cinza, meu pó
As migalhas do meu orgulho
Sirvo em um prato de ouro
Aos que me destruíram
Meu sangue transborda
Em taças de prata
Bebido pelos meus inimigos
Um brinde a todos
Todos que a mim se opõe
Todos que me odeiam
E sobre-tudo
A todos que me venceram
Pois quando eu vencer
Verei todos eles
Caídos ao chão
Que é o seu lugar

Dores Frias

Está escuro e frio aqui
Sinto uma tristeza crescendo
Dentro de mim, o medo
Estou só, não há mais ninguém.
Todos se foram e me deixaram
Será que ainda estão vivos?
Vejo uma luz crescendo
Um brilho envolto em sombras
Luz fria, fraca, trêmula
Mas cresce como a aurora
Será o fim do túnel ou do mundo?
Será a morte e sua lamparina?
Sinto meus pés tremerem
O vento corta a minha pele
A brisa fria como a sepultura
Penetra em meus cabelos
As sombras somem, fogem
A luz cresce e me envolve
Sinto um alívio, um sorriso
Meu rosto se abre em alegria
Será eterna?
Ou somente um intervalo da dor?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

No Inverno

Meu corpo queima de frio
Minha carne tensa, rija
As juntas rangem
Os olhos queimam
Vapor, gélido, cálido
Inverno de mim
Frio

Um homem no escuro
Se olha no espelho
O que ele vê?
Nada, apenas sombras
As trevas da noite
A escuridão de si mesmo

Um homem sem rosto
Procura sua imagem
O que encontrará?
Nada além de si
Feio por fora
Ferido por dentro

Um homem invisível
Estende a mão
Quem a tocará?
Só entre muitos
Esquecido por todos
Somente um corpo

Sou eu esse homem
Sempre assim
No escuro, sem rosto
Invisível, sozinho
Um vislumbre de nada

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A Grande

Te desprezo
Por que és tola
Inútil e obsoleta
Porque nada me trazes
Em nada me completas

Te odeio
Por seres fútil
Imunda e podre
Embreagada com o sangue
Dos que te rejeitam

Te rejeito
Pois rejeitaste a verdade
O perdão e a Lei
Porque negaste o Santo
E Puro Sangue de um Rei

Revolta

Tic-tac, relógio
Cri-cri, grilo
Au, au, au, cachorro
Ai, ui, topada
Merda! Cacete!
Gol do Corinthians.

99

Oh! ovelha perdida
Onde está o teu Pastor?
Cadê o teu rebanho
Porque estás aqui
Longe do teu curral?

Ouve os passos ovelha
Ai vem o teu Pastor
Castigará a ti?
Dar-te-á uma surra
Por teres fugido assim?

Não, pequena ovelha
Assim não fará o Pastor
Te porá nos ombros
Curará tuas feridas
E te levará pra casa

Te reúnes ao rebanho
Às outras noventa e nove
E ao teu Pastor.