segunda-feira, 10 de agosto de 2009

No Inverno

Meu corpo queima de frio
Minha carne tensa, rija
As juntas rangem
Os olhos queimam
Vapor, gélido, cálido
Inverno de mim
Frio

Um homem no escuro
Se olha no espelho
O que ele vê?
Nada, apenas sombras
As trevas da noite
A escuridão de si mesmo

Um homem sem rosto
Procura sua imagem
O que encontrará?
Nada além de si
Feio por fora
Ferido por dentro

Um homem invisível
Estende a mão
Quem a tocará?
Só entre muitos
Esquecido por todos
Somente um corpo

Sou eu esse homem
Sempre assim
No escuro, sem rosto
Invisível, sozinho
Um vislumbre de nada